quinta-feira, agosto 16, 2007

Conto de amor, com final trágico

Eu, Rava, cebola em conserva, amendoim, cerveja e afins. Tinha que sair asneira.
Segue:

Eles se amavam. Em todos os lugares. Sob todas as circunstâncias. Eles se Amavam. Ele era branco. Ela Também. Feitos um para o outro, só não sabiam em sua concepção, de seu óbvio destino. Se amarem, serem feitos um para o outro, a despeito de tudo e de todos.
Ambos, boêmios inveterados. Não por opção. Provavelmente por genética, como afirmariam Joseph ou Charles. Mas nada disso importava: Consideravam o garçom como uma entidade sagrada. O Bar era praticamente um santuário divinal. O ambiente mais aconchegante do universo.
Ele era peixes, ela, não. Ele falava das coisas de fora, de magia, de meditação, enquanto ela era mais terrena, mais óbvia e clara. Ele, no entanto, envolvente e esguio, rescindia no bar, imerso em seu ambiente.
Ela, obviamente preocupada em incomodar, não estava se sentindo em seu ambiente. Separada, talvez fosse o caso, de sua terra mãe, ela teimava em fazer chorar todos os incautos que dela escutavam os causos. Ele, imerso, em casa se sentia. A tudo e todos estava próximo. Fácil era a locomoção ente uns e outros.
E o garçom, bem, o garçom observava a cena, cético como todo garçom deve ser.
Porém nem tudo foram flores. Um dia, entra em cena um adversário contumaz. Audacioso a ponto de conquistar a confiança da pobre moçoila, que mesmo com um temperamento ácido, se deixou levar pelos seus medíocres galanteios.
Ela simplesmente se encantou pela idéia de um simples anel, que o outro, não podia oferecer. Ela não desejava naquele momento apenas ter tal objeto, mas ansiava em sê-lo por inteira.
Era um maldito e medíocre qualquer, que sem conhecer a afinidade perfeita daquele casal, quis destruir tal união por um simples capricho.
Haverá ele visitado este anel, outros tempos, havira de opinar. Porém mister era que fosse relegado às regiões metropolitanas d´aquele relacionamento, a despeito de quaisquer investidas, fora o peixe feliz: eis que semeou seus condescendentes por toda a superfície dela.
Pois bem. Peixes semeados, ela alva coberta, ele evadia-se, pois, doutromodo sua pecha havera cumprido. Ela, num exulte, de súbito clamou: valei-me, São Cristóvão!. O velho Cristóvão, arcado e cansado, que, em outra ponta do bar sorvia gentilmente uma sangria, espeta o peixe com sua algoz lança.
Ora ora, donzelas da Lídia hão de saber: é fato claro consumado que a lança de Cristóvão e seus amigos pouco falta à enormidade transpassando inimigos e donzelas sem dó.
Assim ela, alva, coberta do peixe e de suas sementes, é atingida por su própria admoestação: a lança de Cristóvão, maior do que o iberbe imaginara, fura peixe e branca igual, e cebola e sardinha ornam-se iguaria no prato do escritor.

Eles eram o rollmops

1 Comments:

Blogger Felipe "Tito" Belão said...

hahahahah

rollmops unidos para sempre. O que o bafo de rollmops une, nada separa...

1:54 PM  

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