terça-feira, outubro 09, 2007

Os infinitos anseios do milho

Todos os sonhos do mundo são suficientes quando não se pode ser nada, Pessoa?
Desconheço o infinito, desconheço os anseios alheios, e desconheço de que forma a pipoca estoura.
Tudo isso em meio a tantas... Tantas outras imprecisões.
Todavia, dentre as bilhões de almas que afloram pelos nossos confins, quiçá ao menos uma há de estar neste exato instante a almejar o infinito. E a comer pipoca.
Algum desavisado diria: feliz é a pipoca, porquanto já está no final da sua mera existência.
Ledo engano.
A pipoca, que assim como eu, desconhece o infinito e os anseios alheios, já não pode mais ser feliz porque explodiu.
Deflagrou-se como numa salva fúnebre, alva e singela, virando petisco praqueles que teimam em desconhecer. E assim se fez infinita.
Mal sabe o desavisado, que feliz sou eu, que apesar de ignorar as coisas, me faço intacto como milho.
Assim eu sigo, desconhecendo e carregando em mim todos os sonhos do mundo, sem ao menos saber se algum deles será útil um dia.
Sigo prostrado ao sul do mundo, desconhecendo tudo, sonhando tudo, e inexplicavelmente... Feliz.

2 Comments:

Blogger Kandy said...

Uma filosofada que faz pensar... interessante a sua comparação com a pipoca. Nunca havia pensado nisso.

11:39 PM  
Blogger Felipe "Tito" Belão said...

"Sinceramente, não consigo entender como alguém pode começar bem um novo dia desta forma tão algoz: Acordando."

hahahaha
bem verdade...

mas quem diria que daí o texto caminharia pra uma discussão antropológica.. hahahah demais mesmo

1:45 PM  

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