sexta-feira, maio 07, 2010

PAZ

Sou da paz.
Se caso houvesse um PP, e se caso este fosse o “Partido Pacífico”, provavelmente seria um membro da divisão ortodoxa.
Se caso houvesse uma escala de subjetividade para palavras, suponho que “paz” estaria perto da nata da categoria. Suas definições vão de lerdice à tranqüilidade pública.
Se caso houvesse uma comissão para definir uma unidade de grandeza para “paz” e caso eu fosse chamado para participar da mesma, não teria a menor idéia de como criar uma equação para defini-la matematicamente, mas suponho que o nome da unidade seria “Ghandi”, ou então “Marley”. Em época de copa do mundo, de repente até “Mandela”...
Enfim, mesmo já abusando do “caso houvesse”, caso houvesse uma unidade qualquer de grandeza para “paz”, garanto que seria amplamente utilizada por corretores de seguro. Diálogos como este não seriam raros:
- Boa tarde, estou saindo de férias, e gostaria de contratar um seguro para minha casa de campo.
- Boa tarde... Bem, o senhor está saindo de férias e precisa de um seguro para furtos e acidentes em residência, certo? Veja bem, meu senhor... Sabe-se que durante o período de férias o cidadão mediano sofre um aumento médio de dezenove Mandelas na escala de paz. Isso nos leva a conclusão de que a probabilidade do senhor esquecer a porta aberta aumentará cerca de 19%! A probabilidade de se esquecer o forno ligado, então, é substancialmente maior! A propósito, o senhor é casado?
- Não...
- Muito pior! O senhor terá uma probabilidade de se divertir cerca de 37% superior ao cidadão mediano! O senhor tem idéia do risco que se corre no ato de se divertir? Receio que o custo de um seguro deste tipo seja inviável.
- Certo, então o senhor está me dizendo que não vale a pena sair de férias?
- Depende. O senhor sabe jogar gamão?

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